quinta-feira, 28 de abril de 2011

Para o Dia das Mães

CARREIRA GLORIOSA

Uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista.
Pediram-lhe para informar qual era a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar.
- "é que a todas eu pergunto é se tem um trabalho", insistiu o funcionário.
- "Claro que tenho um trabalho", exclamou Anne. "Sou mãe".
- "Não consideramos 'mãe' um trabalho. Vou colocar "Dona de casa", disse o funcionário friamente.

Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.
- "Qual é a sua ocupação?” Perguntou.

Não sei o que me fez dizer isto; as palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora:
- "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas."

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar para o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.
- "Posso perguntar", disse-me ela com novo interesse, "o que faz exatamente?"

Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder:
- "Desenvolvo um programa em longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todos eles meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?), o grau de exigência é a ní¬vel de 14 horas por dia (para não dizer 24...)”.

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente me abriu a porta.

Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe – uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pude ouvir o meu novo experimento (uma bebê de seis meses), testando uma nova tonalidade de voz. Senti-me triunfante!

Maternidade... Que carreira gloriosa!

Assim, as avós deviam ser chamadas "Doutora-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas", as bisavós: "Doutora-Executiva-Sênior" e as tias: "Doutora- Assistente".

Mande isto a todas as mães, avós, bisavós e tias que conheças, e a alguns homens que você ache que mereçam!

Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras Doutoras na Arte de fazer a vida melhor!

Texto de domínio público